A discussão da volta às aulas presenciais em meio a pandemia do novo coronavírus tem suscitado debates entre os educadores, entidades sindicais, gestores, pais, alunos e sociedade como um todo. Uma preocupação é central nessas discussões: estamos no momento adequado para o retorno as aulas presenciais?
O SINTEM defende que não temos as condições necessárias para prever uma data adequada para o retorno das aulas presenciais. Qualquer previsão nesse momento colocará em risco a saúde dos(as) trabalhadores(as) em educação, bem como da população em geral.
Estamos vivenciando um panorama nacional e local em que os números de contágio e óbitos ainda não tem mostrando sinais de queda. Qualquer debate que envolva uma perspectiva de retorno das atividades presenciais da educação, deve ter como ponto de partida a segurança a saúde de todos(as) que compõem a comunidade escolar.
O cenário ideal para a volta às aulas presencias seria após o processo de imunização da população através da vacina, mas com a diminuição da curva de contágio sabemos que vai existir uma pressão econômica intensa para o retorno, sobretudo por parte dos estabelecimentos privados.
Na cidade de João Pessoa, mesmo quando atingirmos a bandeira verde será necessário que sejam seguidas as recomendações de órgãos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unesco para que o retorno das aulas presenciais de realizada de forma segura.
Para tanto, será fundamental um protocolo de retorno, elaborado a partir do diálogo social com representantes dos diversos segmentos da sociedade, incluindo a comunidade escolar e as autoridades sanitárias. Todas as medidas do protocolo devem procurar garantir a saúde e a vida de todos(as).
Dentre as medidas a serem adotadas, apontamos desde já a necessidade de assegurar a testagem de todos(as) os(as) profissionais em educação, disponibilizar recursos para higienização do espaço escolar, equipamentos de proteção individual para trabalhadores(as) e alunos, bem como garantir o isolamento social daqueles(as) que façam parte do grupo do risco, mantendo suas atividades laborais não presenciais. Vale salientar que escola é espaço de convívio, onde o processo de ensino-aprendizagem deve acontecer num ambiente seguro no qual trabalhadores(as) estejam emocionalmente preparados para lidar com esse novo contexto.
Sendo assim entendemos que no momento atual não se pode prever uma data para o retorno às atividades presenciais nas nossas Escolas e CREIs, visto o quadro que estamos vivenciando no Brasil com mais de 91 mil óbitos no total e média de 1000 óbitos diários. O SINTEM defende a saúde e a vida, pois entendemos que poderemos garantir o direito à aprendizagem em qualquer etapa da vida, mas a vida não se recupera.
SINTEM, PARTICIPAÇÃO E LUTA.